Boquilha

A pergunta mais comum feita por saxofonistas para saxofonistas é: “Qual boquilha você usa?”. 
Essa preocupação é um equívoco. Não é a boquilha que determina a qualidade e a precisão do som do seu saxofone. 
A boquilha utilizada ajuda ou dificulta em algumas coisa, você deve escolher a que mais se adequa à você mas, é o estudo contínuo o alicerce a ser construído.
Ao meu ver, perguntas interessantes e curiosas a serem feitas:

“Quanto tempo você se dedica e estuda a sonoridade do seu saxofone?” 
“Por quanto tempo você faz exercícios com o tonel?”
“Por quanto tempo estuda flexibilidade?”

Recentemente mudei minha boquilha de saxofone tenor e a de saxofone soprano. 

No caso do saxofone tenor eu tocava com uma de metal feita por um luthier de São Paulo e a troquei por uma Vandoren V16 T8. Foi paixão a primeira vista, gostei principalmente do conforto em tocar, o timbre, a emissão das notas, a projeção. 

Minha troca de boquilha no tenor foi baseada em uma mudança que vem acontecendo em meu gosto musical, indo cada vez mais para uma sonoridade mais escura porém com projeção. Isso me agrada muito, casei esta boquilha com uma palheta N3 da marca Rico Royal e até o presente momento estou gostando muito, tanto do timbre, tendo da emissão quanto da projeção. 

Muito importante lembrarmos que isso é TOTALMENTE uma escolha pessoal. Você até pode se basear em alguns músicos, mas isso não significa que você vai ter o mesmo resultado sonoro que eles, é necessário dar tempo para o amadurecimento desta questão, se não for uma questão muito séria de conforto ou qualquer outra que julgue realmente importante, você precisa dar tempo e pesquisar sobre a sonoridade da boquilha que escolheu. 

Outra dica a este respeito, é que o ajuste da palheta é fundamental, você precisará acertar nesta escolha. Talvez a palavra certa seria na verdade, pesquisar e experimentar diferentes palhetas com diferentes numerações. Não existe uma fórmula, você deve pesquisar e isso dá bastante trabalho, mas é muito prazeroso esse estudo, essa pesquisa. 

A “troca” da boquilha do sax soprano não foi bem uma troca, na verdade a boquilha que eu estava usando era uma daquelas que vem no saxofone quando compramos. Eu estava tendo muitas dores no maxilar, o que pra mim nao é nada aceitável. Equivocadamente isso até me levava a pensar que eu não gostava de tocar saxofone soprano mas ouvi um amigo tocando e o som dele me chamou atenção e curioso que sou logo quis saber detalhes, se ele gostava, se sentia conforto e todas as respostas foram positivas, perguntei sobre a boquilha e a palheta, mesmo sabendo que isso poderia funcionar pra ele e não pra mim. 

A grande surpresa foi que experimentei a boquilha V16 S7 (mesma marca que a do sax tenor) e senti em primeiro lugar muito conforto e então fiquei finalmente feliz, contente e realizado em tocar meu saxofone soprano. 
No meu caso específico a questão era conforto e ainda hoje estou estudando e testando palhetas pra ver o “casamento ideal” (para mim). Por enquanto estou experimentando uma de numeração 3. 
A grande dica é experimentar boquilhas e testar palhetas para sentir as diferenças. Lembrando que precisamos de tempo, paciência e dedicação para estes testes e mesmo assim, depois de um tempo a boquilha pode passar a nos incomodar, a não gostarmos e etc. 

Eu passei por algumas boquilhas. 
Para saxofone alto meu histórico é: Claude Lakey 7*, Dukoff 7* Flórida e uma artesanal baseada na Meyer 5. Hoje uso uma Selmer Solist. 
No saxofone tenor já utilizei uma sem nome/sem marca, uma Claude Lakey 7*, uma artesanal baseada na Guardala, outra artesanal baseada na Otto Link Flórida 7 e agora utilizo uma V16 T8 Vandoren.
Já no soprano meu histórico é curto, comecei com uma Bari 68 e agora uma V16 S7 Vandoren. 

Experimente. Tenha consciência e paciência em esperar e trabalhar pelo resultado sonoro com a boquilha de sua escolha porque a sonoridade que você almeja não acontecerá da noite pro dia. 

WM

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